quinta-feira, 13 de setembro de 2012

São Jorge e a Nossa Senhora das Periguetes

Hoje vai ter Lua Cheia
e tudo pode acontecer


Valha-me Santo Guerreiro e suas auxiliares


A rádio JB anunciou há pouco: no Rio de Janeiro, céu nublado e névoa úmida.
Descrição de um ambiente propício para mistérios, tocaias e sustos.
Que pena!...Somos cariocas, e não gostamos de dias nublados. Cinza é cor que não pega na gente - conhece alguma carioca que use cinza? Nem em calça social, qual o quê, deixemos essa elegante cor para as chiquérrimas paulistas. No Rio a gente parte para a calça preta. Preto emagrece.
Conhece algum filme ou novela que se passe no Rio de Janeiro em dia nublado? Ah, conhece? Qual?

Não combina. Queremos mostrar a pele que nos cobre, e o cinza não nos favorece.  Laranja, branco, azul. Caem bem. Somos assim: definidos e exibicionistas.  Não combinamos com esconderijos, com segredos. Viramos a cara para os tons intermediários e variados sobre o mesmo tema. Xô tramas insolúveis.  Jogamos às claras, cartas na mesa, preto no branco.
Estou então jogando as cartas na mesa, com a sinceridade de meu carioca coração taurino. Sou ciumenta, barraqueira, e venho, através deste humilde blog, decretar morte cruel às periguetes.

Periguete é outra raça.  Tenho certeza que não são cariocas de nascença ou por adoção. 
Não combinam com nosso clima. Logo hoje, dia desse assim, um dia meio argentino, meio portenho; dia que não cai bem na pessoa de bem, e tá lá a criatura se fazendo de tonta no face do maridinho alheio.
Ah, desgraçada. Sorrateira, faz-se de desentendida. Um like aqui, um coment reticente ali, e a careta presente, só para dizer que ainda está com o time em campo, assim, ao alcance de uma mensagem facebookniana. 
Gosto não. Gosto das que entendem do riscado e partem para o ataque direto,  armas em punho. Aprecio as concorrentes que agem com classe e objetividade, eis o que digo. Classe e objetividade, mistura poderosa que diferencia as mulheres entre si.  Mas a excomungada não. Prefere espionar-nos de binóculo, de longe, encoberta por essa névoa úmida que escolheu descer sobre a cidade maravilhosa e que finda por disfarçar seu olho grande sobre nossa felicidade. 

O inocente homem sequer despertou e ela a postos ali, na linha de frente.
O bom homem dorme aqui ao meu lado o sono dos justos, dos que tem consciência tranquila. Pele de bebê, que coisa linda. Preocupe não, amorzinho. Estou em guarda.
Louca e furiosa, sinto cheiro de sangue neste estranho dia cinzento, que convida a um assassinato.
Controlo-me, e por via das dúvidas, clamo por São Jorge Guerreiro e pela Nossa Senhora das Periguetes . Meu amor, nossos inimigos não nos alcançarão.




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