quarta-feira, 4 de abril de 2012

Z.É. - Zenas e Micos

Yes,
temos Z.É.
Temos Zenas Emprovisadas

Ki Mico



"Ninguém reclama de rir" (Chico Anysio)

O elenco fixo: Marcelo Adnet, Fernando Caruso, Rafael Queiroga,e Gregório Duvivier


O negócio do Riso é um negócio muito rentável. O Z.É Zenas Emprovisadas está aí para provar. Teatro lotado. Gente pelas escadas e cadeiras extras, todo mundo a fim de rir - sai para lá, Solidão. Nada de pesares e lamentos, é hora de rir fartamente deste deboche.

Rindo, esquecemos, e esquecendo, rejuvenescemos. Temos nóia de parecermos mais jovens e felizes do que somos, e a comédia nos auxilia diretamente; o resultado benéfico é certo. Espante a tristeza da sua vida, ganhará muitos e melhores anos no planeta, se abrir a janela e deixar a alegria entrar.

Em Z.É você vai rir do Mico alheio. Porque o grupo paga mico fazendo comédia de improviso, com muito deboche e esculhambação. Esqueça textos: o grupo faz cenas e músicas com base em pedidos da platéia. Às vezes melhor, ás vezes pior; são uma equipe do improviso, o resultado é imprevisível. Um pega o gancho do outro, e os estilos diferentes de cada um convergem para a mesma cena, todas muito loucas.

Exemplo: sopa. Cada um dos cinco elementos da trupe desenvolve um texto para o tema sopa, que será cantado e musicado por Marcelo Adnet. O cantor pode ser vivo, morto ou inventado - Bethania, Renato Russo, Sorriso Maroto do Moleque Travesso, que o debochadíssimo Adnet os imita hilariamente. Todo o resto são variações deste tema. O público ou o apresentador dão a deixa, e os comediantes criarão suas pândegas em cima do que foi pedido. É dinâmico, é simples, e não tem repetição. Cada apresentação é única e tem um novo convidado. Nada a reclamar, eu ri horrores. São palhaços de cara limpa, e uniformizados.

Estão ganhando dinheiro forte com Zenas há seis anos. Fazem o adolescente e o jovem saírem de casa para ir ao teatro, e este mérito é valioso. Ainda que para assistir esta maluquice esvaziada de maiores valores literários, este hábito é totalmente saudável e recomendável. Ir ao teatro, caríssimo, pode salvar sua vida. O que é dito em cima de um palco reverbera diretamente no seu coração, e dentro deste músculo involuntário, o positivo da vida se potencializa.

Afinal, quem quer cultura se temos a boa e velha risada? Às vezes não queremos críticas e reflexões mesmo. Chegou disto. É dia e noite de auto análise, auto estima, auto julgamento, descobertas, decisões, ai, parei. Tem dia que é dia de riso, riso só, e riso é riso e não tem explicação.

E quem vai jogar a primeira pedra? Temos grandes produções em cartaz pelo Brasil afora, que sob o pretexto de traduções e montagens e produções, revelam somente o ego dos produtores, que compraram os direitos e estrelam os espetáculos. Não oferecem grandes perólas da dramaturgia e atuação. Você vai atrás de cultura, será que encontra? Ego nao é cultura.

Não sei. Acho que o poder aquisitivo de produtores está arruinando a independência da Arte. São os patrocinadores de si mesmos. Compram os direitos autorais e estrelam peças que outros artistas fariam melhor, e não haverá teste para o papel. É o poder aquisitivo determinando o elenco.

Quem vai reclamar de Z.É? Eu é que não. Eles é que façam rir, e que o povo goste. Merecem, até porque só esses doidos tem a cara de pau para topar esta idéia.

E cá para nós, estão ganhando a vida honestamente. Não estão vendendo gato por lebre não. Oferecem maluquice pura, de crachá, e é de chorar de rir.

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