sexta-feira, 2 de março de 2012

XANADU

- Oi, tudo bem? Onde foi?
- Foi no Oi Casa Grande, meu bem

Yes, temos Xanadu, e é no Leblon


Caríssimos, eu achei que era brega, cafona, ultrapassado. Uma bobagem cara. Nada disso, não é, e não é mesmo.

É um ótimo espetáculo. Tem um sabor especial para a geração que era adolescente nos anos 80, década em que o filme foi lançado com Olivia Newton Jonh, em coreografias de Gene Kelly - é uma viagem no túnel do tempo. Vamos lembrar dela, namoradinha da América, lindinha, jovenzinha, doce, um anjo, a patinar, e se apaixonar ao som da love song Suddenly. E lembramos de nós mesmos, nem tão lindinhos, mas também jovenzinhos e apaixonados, a patinar, a namorar, a ensaiar coreografias de Jonh Travolta. Tempo de patinações no Roxy Roller, e matinês na Circus, e na Help, que era ainda lugar de família. Muita roupa colorida, muita música boa, havia uma melodia, um balanço, era tudo muito leve. A música lenta era a hora em que se patinava de mãos dadas com o gatinho, e se dançava de rosto colado. Podia, ou não, rolar um beijo na boca, o que era uma novidade, um frisson. A juventude era diferente. Éramos mais inocentes. Cantávamos Bee Gees, e não havia funk.

Para a geração que não viveu isto, ou para quem essas referências não tem nenhum valor, o fantástico Xexéo, responsável pela versão nacional, providenciou pitadas generosas de comédia, e conta com as divinas Gotscha e Sabrina Korgut nesta função. Essas deusas gregas dominam o palco como ninguém. Quem quiser que me desculpe, mas são as estrelas de Xanadu, impecáveis na voz, na comédia, e na atuação. Revelam-se poderosas atrizes e torço que tenham todas as oportunidades de privilegiar-nos com sua arte. Hilárias, e que vozes. Maravilha.



Danielle Winitz, a musa Klio, ladeada por Gottsha (Melpômene/Medusa) e Sabrina Korgut (Calíope/Afrodite), estupendas, cantam e divertem como ninguém

Assitir o espetáculo depois do acidente que feriu atores e público no mês de janeiro exige recato. Há tristeza, pois feridos ainda se recuperam. Mas há alegria. O show continuou. Temi, inevitável temor, por Danille Winitz, na cena em que é suspensa em um Pégaso; também temi, pelos seus deslizes patinadores. Graças aos Deuses, tudo deu certo, para a atriz, para sua musa Klio, e a platéia. Deu certo também, e muito, a interpretação de Danilo Tim, excelente no papel de Sonny Mallone, substituindo Thiago Fragoso. O show prosseguiu, e bonito. É isso aí, somos brasileiros. Prosseguiremos trabalhando.

Então você pode curtir uma sessão de recordar é viver, cantarolar canções gracinhas, que marcaram momentos felizes de sua vida. Pode rir de dobrar com Gotscha e Sabrina, pode se rasgar de inveja do corpinho de Dani Winnitz. E pode mais: pode se rasgar na tietagem com Magal, yes, tem Sidney Magal. Imponente, digno, altivo, engraçado, simpático, carismático, imenso, voz imensa, perfeito. Presença absurda. Ainda traz consigo, de frente, a cigana Sandra Rosa Madalena. Para te ver sorrir, para te ver cantar, para ver o teu corpo dançar sem parar.

Você vai? Eu fui. Onde? Em Xanadu.

Magal, no palco, com Dani

Nos bastidores, comigo

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