sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Ilhas

Rio Rio Rio
Não é rio, é mar

e é ilha

Vamos navegar



Percebo a vida em ilhas.

(Djavan já explicou que o seu coração é uma ilha, a centena de milhas daqui.)

Entáo.

Ilhas do Sim.

Ilhas do Não.

Se preferir acreditar em Djavan, há a ilha onde se escondem, longínquos e solitários, os corações.

Se quiser acreditar em mim, sáo duas nossas ilhas.

A ilha do Sim, onde temos os prazeres da carne e do espírito. Prazeres do desejo, do conhecimento, do sucesso, da fortuna. Música, fartura, candura, colo, consolo, carinhos. Presentes. Prazeres vários, como frutas em árvores, pegamos e saboreamos.

Cobiçamos as coisas boas da vida, nos sorriem, estão ao nosso alcance.
Andamos entre as fileiras do pomar tropical, e nos fartamos.

Saciados. Exagerados. Como castigo, somos levados para a Ilha do Não.

Silêncio, sombra, susto, solidão.
Insônia.
Esforço em vão.

Reclamamos desta estadia. Queixamos. Gritamos. Choramos, pedimos, cansamos, murchamos.

Nesta ilha dura e carrancuda enfrentamos as madrugadas lentas, o dinheiro contado, o desamor. Sede, sede de liberdade, fome de plenitude. O tédio, a ansiedade. O pensamento vago. Preguiça. Teimosia. Terra da negação. Para tudo que se pede e se quer, a resposta é não.

Beijo?nào
Abraço? nào
Canção? nào


Entre o sim, e o não,
Vem ele.
Unindo e consolando,
festejando e amparando,
indo e vindo,
partindo e chegando,
libertando, transpondo
Navegando
navegando
navegando - vem ele, o incansável coração cheio de amor.

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