sábado, 25 de junho de 2011

Sou Roberto e tenho uma nêga chamada Teresa

Rio, Noite, Lapa
O Rei
A Rainha


Roberto Carlos tem outra
A Rainha do Samba, Teresa Cristina, linda cantando Roberto Carlos,o Rei
Foto: Divulgação



Roberto já foi Rock. Lá pelos anos 70, era um rebelde sim, e dos bons. Mal intencionado, de cabelos compridos e carros velozes pela Estrada de Santos. Guitarradas.
Assumia que tudo estava certo como dois e dois são cinco - a sabedoria dos bons rebeldes.

O passar dos anos o acalmou. Largou disso. Entregou-se aos lençóis macios onde os amantes se dão, pediu um café para nós dois e por aí afora. Ganhou Globo Especial, Reveillon e Natal na Globo e iates, cruzeiros com Roberto.

Só que, como bem diz o dramaturgo Leandro Goulart, deixemos o rótulo para as azeitonas. Somos muitos em um só. Temos muitas faces e vamos mostrá-las, todas.
Embaixo do REI, o transgressor e seu rock de primeira. Embaixo da sambista Teresa Cristina, a cantora de primeira. Embaixo do céu, o Circo Voador.

A mistura ficou sensacional, bicho.

A banda "Os Outros" leva um som de rock brasileiro. Titãs. Barão Vermelho. Paralamas talvez.
E fizeram um show fantástico para um Circo vibrante. Embaixo da Lua, embaixo dos Arcos. Embaixo, por cima e pelos lados das mil pessoas que cantaram as velhas músicas de Roberto, com sua Teresa. O Portão, Quero que você me aqueça neste inverno, Eu quero ser sua canção, eu quero ser seu tom, Adeus, As curvas da Estrada de Santos, Como dois e dois.

A juventude ali presente sabia as letras, e cantou junto. As letras das músicas que só estáo nos cds velhos, dos velhos tempos, e que falarão para sempre. Como chegaram aos ouvidos desta garotada? Sabiam todas, e cantaram. Os representantes da geraçao anterior, e da anterior a anterior, ali estavam e cantaram de novo. Um milhão de amigos bem mais forte pode cantar, sem dúvida.
Ela canta Eu te proponho, todos aceitamos na hora. Abracei-me ali, ao meu amor, prôpus, e aceitei seguirmos juntos a mesma estrada, vejam bem, com a bençao de Teresa Cristina.

Esqueçamos a Teresa que canta Paulinho da Viola, Martinho da Vila, descalça. A menina pobre de Vila Valqueire incorporou a fã, armada com sua voz possante - e que descubro versatilíssima - surpreendendo os que já a conhecem. Defende com garra a beleza das canções de seu ídolo. É outra cantora, é outra Teresa, entregue, apaixonada. Encarna as amadas do Rei, uma a uma. Distribui rosas vermelhas, distribui sorrisos, canções de amor. O casamento da voz de Teresa com o som dos Outros deu certo, foi o côncavo e o convexo.

Da onde veio a idéia? A explicação vem de meu amor, eita homem bem informado. Teresa foi jurada no Sambódromo, este ano, quando Roberto foi homenageado pela Beija Flor. A sambista desabou de emoção. Confessou ardorosamente sua paixão, e a idéia evoluiu.
Aliás, como seria bom se a moda pegasse: cada cantora homenageando seu ídolo, rasgadamente, como uma criança. Permitindo-se soltar o coração.

Nada de Claudias Leite e Ivetes e Hebes a cantar dramaticamente, em longos vaporosos, com a orquestra e arranjos originais, ou quase. O Roberto de Teresa é o Roberto sem rótulos, que se permitia passeios musicais variados. Ousado, sonhador, quente, mal criado, ou vocês acham que era fácil mandar todo o mundo para o Inferno? A repetiçao da frase a suavizou, mas é forte em sua criação, e exigiu, em sua época, atrevimento para lançá-la aos quatro ventos.

A majestade do samba criou um reino novo, livre, leve, solto, roqueiro, onde todos somos súditos dela e do Rei. Onde tudo fica certo, como dois e três sáo cinco.

E só para fechar, eu não sei Roberto está namorando, ou solteiraço, mas o fato é que ele tem uma nêga chamada Teresa.

O abraço que comemora o sucesso. Teresa, com flor na cabeça e no coração. Os Outros: Vitor Paiva, baixo, Fabiano Ribeiro, bateria, Eduardo Sodré e Papel guitarras, Botika vocais, e Yuri Villar sopros.


Roberto Carlos, desfilando na Beija-flor, Teresa devia estar por perto, julgando e pensando: como é grande o meu amor por você...

2 comentários:

  1. Uau! Deve ter sido sim uma noite inesquecível! Amo Roberto, amo Teresa. Pena não ter assistido essa maravilha de show... a voz inconfundível de Teresa, interpretando as canções do nosso Rei...noossa! Será que teremos frutos? Digo um cd/dvd seria perfeito, não é mesmo?
    Beijosss!

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  2. Amiga, no próximo show seremos as primeiras a chegar; há a promessa do cd sim, e se Deus quiser, levaremos para a Rainha autografar.

    beijo, e obrigada por prestigiar meu blog!

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