domingo, 26 de junho de 2011

O Discurso Direto do Erotismo

Rio de Janeiro,
Cidade Maravilhosa
Cheia de encantos mil


Reações inequívocas

Pensou em quê?


Somos seres sexuais. Chega de blá blá blá. Podemos amar o próximo, desenvolver o intelecto, o emocional, o psíquico. Cultura, Arte, Música. Recreios para a alma e alentos para o Espírito.

Anos de civilização, organização da sociedade e imposição de regras de conduta ao bicho homem, e alguma (necessária) castração. Vivemos assim muito bem, controlados, respeitando (ou não) nossos pares, percebam a repetiçào dos parênteses - há ressalvas sim. A maioria comporta-se bem com seus impulsos sexuais, mas todos nós respondemos direta e instintivamente ao apelo erótico e sua maior arma, a imagem do corpo.

Uma amiga inteligente e sensível impressionou-se com um quadro, tela a óleo, exposto em chique galeria do Shopping Leblon. Em meio a paisagem deslumbrante da praia, a derriére de uma deusa carioca ofuscava todo o resto.

É o discurso direto do erotismo. O convite ao sexo, à satisfação do desejo absurdo de que somos providos pela condição animal. Poderemos sofisticá-lo, domá-lo, controlá-lo. Direcioná-lo para o ser amado, e inventamos a fidelidade, como reserva ecológica para a preservação das relações de amor e respeito. Senhores, a fidelidade é um instrumento de controle, é o apelo do amor perante as tentações...

Tudo isso comprovou-se ontem. Éramos quatro mocinhas elegantes, em agradabílissimo encontro, noite linda, muito assunto. Bem acomodadas em uma pizzaria familiar, ambiente jovem - os jovens são mais soltos, e eis que uma moça de seus dezessete anos no máximo levanta-se, ou chega subitamente, náo sei. Sua túnica, curta e solta, de seda preta, fininha, cobria somente a região da calcinha. Além disso, não ia. De pé, era assustador. Levava a crer que havia sido roubada, roubaram-lhe as calças, a legging, o short, o que fosse. Fazia falta, e muita, uma segunda peça, poderia ser até uma peça curta, o que náo podia era uma mocinha sair de casa daquele jeito. Via-se, pelas sandálias e bolsinha, caras, e pelo bom trato da pele e cabelos, que não era dinheiro o que faltara para completar o traje. Faltou orientação mesmo. Não se pode permitir que a filha ou enteada saia sem calças pela noite do Rio de Janeiro.

Mais não bastasse, a moça resolveu inclinar-se para fotos. Estamos na época das fotos, flashes, digitais, e os amiguinhos de sua mesa a solicitavam. Claro. Todos sentados, a moça derrama-se para a frente, o bumbum arrebita, e toda a pizzaria, clientes, suas esposas sisudas, os garçons, o caixa, os seguranças, os manobristas, as cadeiras, as mesas, e as pizzas também, todos vimos, revimos e reagimos àquele bumbum de fora, às 23 horas do sábado, na Cobal do Humaitá, ao ar livre.

Mostrava e escondia. Ofertava muito e retrocedia. Posso afirmar que era um bumbum claro, pequeno e usava calcinha ínfima, menor que muitos bikinis sob o Sol.

Os homens riram nervosos. As mulheres emburraram. Os amigos da moça aproveitaram.
Mais foto, mais gargalhada, a Cobal parou. Ela não sossegava quieta.

Certo que os acompanhados chegaram em casa e fizeram amor com as mulheres. Excitados e eufóricos. Riam, nervosos, mexiam-se nas cadeiras. Quem náo tinha par, deu seu jeito, ah deu. Um senhor a minha frente estava estagnado, olhos arregalados, parecia diante de um fantasma. Pensei: será que este senhor nunca viu um bumbum assim ou é o comportamento que o choca? Seus olhos eram o retrato do espanto.

As mulheres enciumaram. Outras brincavam, melhor não ficar chato, mas todos, todos saímos dali intrigados. A beleza feminina e seu atrevimento. Sua ousadia, sua provocação. Qual dos senhores ali presentes resistiria se essa moça se aproximasse? Duvido. Seria pedir demais.

Minha reação? Voltar a malhar, caríssimos.

Podemos ser ótimas pessoas, carinhosas, alegres, inteligentes, independentes e bem resolvidas.

Mas para o frisson e o desejo irresistível no bicho homem, o discurso direto é o papo reto de um bumbum arrebitado e um belo par de coxas.

3 comentários:

  1. Mais uma vez perfeita colocação amiga!
    Em tempo: Adorei "quatro mocinhas elegantes"! kkkkkk
    Mil beijos, Jana Souza.

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  2. Elegantes no coraçao também, devo acrescentar.... Beijos minha flor

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  3. Sou uma das mocinhas elegantes...o que não fazem um discurso poético e o olhar de uma amiga querida! rsrs

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